Entre 2001 e 2024, os Estados Unidos perderam espaço no comércio exterior do Brasil. A participação dos EUA nas exportações brasileiras caiu de 24,4% para 12,2% (queda de 51%), enquanto a China aumentou sua fatia de 3,3% para 28%, tornando-se o principal parceiro comercial do Brasil. A União Europeia e a América do Sul também perderam participação, mas ainda estão à frente dos EUA.
Nas importações, o cenário é semelhante: a participação dos EUA caiu de 22,7% para 15,5%, enquanto a China saltou de 2,3% para 24,2%.
Apesar da queda na participação, as exportações brasileiras para os EUA são mais diversificadas do que para a China, com destaque para petróleo, aço, aeronaves e café. Muitos desses produtos podem ser impactados pelo tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025. A medida pode prejudicar especialmente itens como ferro-gusa, aeronaves e escavadeiras.
A FGV destaca que a nova tarifa tem motivação política, relacionada a investigações contra Jair Bolsonaro e decisões do STF, dificultando a negociação brasileira. Apesar disso, há esperança de que Trump recue, como já fez em outras ocasiões, especialmente diante da pressão de empresas americanas afetadas.
O governo brasileiro tenta reverter a decisão e cogita aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica. O STF também reagiu, afirmando que não há perseguição política no país e que Trump se baseou em informações imprecisas.