A produção da indústria brasileira subiu 0,1% em junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE. O avanço interrompe dois meses consecutivos de retração, mas ainda não aponta retomada consistente, segundo o instituto.

No ano, o setor acumula crescimento de 1,2%, e de 2,4% nos últimos 12 meses. Na comparação com junho de 2024, no entanto, houve queda de 1,3%.

O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que o setor sofre com os efeitos dos juros altos, mantidos pelo Banco Central para conter a inflação, que chegou a 5,35% em 12 meses — acima do teto da meta oficial. A taxa Selic está atualmente em 15% ao ano.

Além disso, incertezas externas, como a alta de tarifas sobre produtos brasileiros nos EUA, também afetam o desempenho industrial. Em agosto, passará a valer uma sobretaxa de 40% para muitos itens exportados ao mercado americano.

Apesar da alta em junho, o índice de média móvel trimestral caiu 0,4%, refletindo uma tendência de desaceleração.

Entre as 25 atividades pesquisadas, 17 apresentaram crescimento, com destaque para veículos (2,4%), metalurgia (1,4%) e produtos farmacêuticos (1,7%). Já os maiores recuos vieram de alimentos (-1,9%), indústrias extrativas (-1,9%) e derivados de petróleo (-2,3%).

Entre as categorias econômicas, bens de capital (1,2%) e bens duráveis (0,2%) cresceram, enquanto bens semi e não duráveis (-1,2%) e intermediários (-0,1%) recuaram.