A safra da tainha de 2025 consolidou Santa Catarina como destaque nacional na pesca da espécie. Com mais de 2,5 mil toneladas capturadas, o estado manteve forte desempenho, principalmente nas modalidades de emalhe anilhado e arrasto de praia.
O emalhe anilhado foi o principal responsável pelos resultados, com 1.123,43 toneladas pescadas por 121 embarcações. Já a pesca industrial por cerco/traineira, com 10 embarcações, somou 412,95 toneladas.
Enquanto isso, o emalhe liso, praticado por embarcações do Sudeste, teve desempenho mais fraco, alcançando apenas 304,78 toneladas — cerca de 17% da cota prevista.
No arrasto de praia, 415 embarcações artesanais catarinenses capturaram 1.041,94 toneladas, atingindo 83,35% da cota permitida. Como a legislação determina o fim da atividade ao alcançar 90% da cota, a pesca deverá ser encerrada nas próximas semanas, antes do prazo original (31 de dezembro), o que preocupa os pescadores artesanais.
Diante disso, o governo estadual acionou a Justiça Federal para evitar prejuízos ao setor. Após audiência de conciliação, 150 toneladas da cota da pesca industrial foram remanejadas para o arrasto de praia, evitando o fechamento imediato da atividade.
“A medida impediu o fim da pesca artesanal na semana passada, algo impensável para os pescadores”, afirmou o secretário estadual de Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo.
A safra da tainha tem grande importância econômica e cultural para o litoral catarinense. Embora o controle seja necessário, especialistas defendem novas estratégias de manejo que garantam a sustentabilidade da espécie sem comprometer a atividade. Os dados desta temporada devem orientar uma gestão mais equilibrada a partir de 2026.