Na quinta-feira de Corpus Christi, 19 de junho, as ruas de diversas cidades brasileiras se transformaram em verdadeiros templos a céu aberto. Fiéis de todas as idades se uniram em uma das mais tradicionais celebrações do calendário católico, marcada por missas, procissões e os já conhecidos tapetes confeccionados com serragem colorida, sal, flores e outros materiais.
A solenidade de Corpus Christi — que em latim significa “Corpo de Cristo” — celebra a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Instituída pela Igreja Católica no século XIII, a data ganhou um significado ainda mais especial nas comunidades brasileiras, que, ano após ano, reforçam a tradição com arte, espiritualidade e união.
Em cidades como Camboriú e Florianópolis, e outras tantas pelo país, a movimentação começou ainda na madrugada, com voluntários empenhados na criação dos tapetes. Famí-lias inteiras, jovens de gru-pos de pastoral e idosos se reuniram para desenhar cenas bíblicas, símbolos e mensagens de paz ao longo das principais vias públicas. “É uma maneira de expressarmos nossa fé de forma pública e artística. Cada detalhe tem um significado, e fazemos tudo com muito amor”, contou Joanice de Freitas, de 58 anos, moradora de Camboriú.
As celebrações litúrgicas aconteceram nas paróquias desde o início da manhã. Em muitas cidades, após a missa solene, os fiéis seguiram em procissão, passando sobre os tapetes e entoando cânticos religiosos. Em algumas regiões, a programação também contou com apresentações musicais, bênçãos e ações sociais. “Ver a comunidade reunida, rezando e caminhando junta, nos renova a esperança. É uma manifestação de fé e também de fraternidade”, destacou o padre Márcio Vignoli, durante a homilia realizada em Camboriú.
Mesmo com o avanço da tecnologia e as mudanças no estilo de vida moderno, a celebração de Corpus Christi continua viva e forte. Para muitos jovens, participar da confecção dos tape-tes ou das procissões é uma forma de manter viva a herança religiosa recebida dos pais e avós. “A tradição continua porque ela se renova. Cada ano é uma experiência nova”, refletiu Ana Luiza, de Camboriú.